Gorillaz fala sobre show em SP, carne de baleia, misseis nucleares e dedos perdidos; Veja entrevista em quadrinhos
G1, March 2018
Integrantes da banda virtual, Murdoc, 2D, Noodle e Russel conversam com G1 sobre suas aventuras e sobre sua estreia no país.
G1 - Olá, Senhoras e senhores! Estou aqui com o Gorillaz, que toca em São Paulo...
O Gorillaz, a banda "de desenho", tem uma história complicada. Não bastassem os típicos atritos entre os integrantes, o projeto tem dois conjuntos de egos:
Os “animados”, que ficam em frente às câmeras E aqueles de carne e osso, responsáveis por apertar os botões de verdade É com esta bagagem que o grupo virtual faz show nesta sexta-feira (30) no Jockey Club, em São Paulo. Damon Albarn, vocalista do Blur e idealizador do projeto ao lado do quadrinista Jamie Hewlett – traz o Gorillaz pela primeira vez ao Brasil.
Ao lado de músicos convidados e em frente a um telão com imagens dos membros “verdadeiros” da banda, é o britânico de 50 anos quem comandará a apresentação.
Enquanto isso, seus alter egos virtuais enfrentaram uma série de desafios. Depois de 2010, ano em que lançaram os discos “Plastic Beach” e “The Fall”, os integrantes sofreram uma série de desventuras que por pouco não ameaçou a integridade da banda.
Murdoc, o inescrupuloso baixista, encenou seu suicídio. 2D, o avoado vocalista, foi devorado por uma baleia. Noodle, a letal guitarrista, foi substituída por um ciborgue. E Russell, o leal baterista, se tornou um gigante após consumir krill radiativo e passou um tempo preso na Coreia do Norte.
Os integrantes do Gorillaz conversaram com o G1: os criadores do grupo responderam perguntas por e-mail transformadas em quadrinhos e no texto abaixo.
Eles 'falaram' sobre o show, Brexit, uma família perdida de Noodle no Brasil, uma guerra nuclear e dedos decepados:
G1 - Você sofreu muito nos últimos anos, como a sua jornada pessoal influenciou a gravação de “Humanz”?
2D - Não me lembro das minhas jornadas pessoais porque eu sempre sigo o GPS... Mas meu tempo em uma ilha deserta me ensinou sobre solidão e sobre como cozinhar carne da baleia. Estes dois temas aparecem no álbum.
G1 - E você, Murdoc? O que tem feito nos sete anos desde o lançamento de “Plastic Beach”?
Murdoc - Qualé, parceiro? Esta é a era da informação. Minhas desventuras estão por toda a internet. Talvez você tenha que desligar o “SafeSearch”. Mas, resumindo: Me estrepei. Gravei um disco de sucesso. Ganhei uma tonelada de prêmios. Me estrepei de novo. C’est la vie.
G1 - Russel, você parece ser um cara relaxado e pacífico. Por que trabalharia de novo com o Murdoc depois de tudo que ele fez vocês passarem?
Russel - Murdoc é um sociopata, não há como negar. Mas pelo menos ele tem algo real a dizer e não tem medo de dizer. Nesta era de consumismo, narcisismo, neoliberalismo e todos esses outros ismos, isso é algo raro e precioso. Além disso, comprei uns headphones bem caros que bloqueiam ruído.
G1 - Vamos falar um pouco de política. Muita coisa mudou também para a Inglaterra nos últimos anos, Murdoc, considerando o Brexit. O país realmente está melhor sem o resto da Europa?
Murdoc - É uma porra de um desastre, mas separações são sempre complicadas. Como quando eu acidentalmente arranquei meu dedo do pé enquanto fazia a unha. Foi um banho de sangue. Importante lição de vida aprendida: Xanax e alicates de unha não se misturam.
G1 - Você, ficou preso na coreia do notre na época em que ficou gigantesco. Todo esse papo de 'míssil balístico' é verdade?
Russel - Olha, cara. Eupassei a maior parte do tempo apertado em uma jaula comendo kimchi. Não vinenhum míssil... Apenas fiquei alucinando com merdas ocidentais, como rosquinhas e TV a cabo. Engraçado o que você sente falta quando não pode ter. Há uma lição aí. Algo como ''Sejafeliz com o que você tem' ou talvez 'não coma krill radioativo que te transforma em um gigante e faz com que você seja preso como King Kong na coreia do norte'
G1 - Agora vamos pensar no Brasil. 2D, você é a cara da banda. As atenções ficam em você nos shows. Vai fazer algo diferente por aqui?
2D - Entendo que o Brasil tem um clima glacial, então eu trouxe meu equipamento de neve mais quente.
G1 - Como evitar que o Murdoc te mate em um ímpeto de inveja?
2D - Ah, para que ele tente me matar no palco, ele teria de estar muito, muito bêbado.
G1 - São Paulo tem uma das maiores comunidades japonesas fora do Japão, no bairro Liberdade. Eu sei que você foi criada por uma organização secreta de super soldados, mas há chances de você ter família por aqui?
Noodle - Quem sabe. Talvez eu realmente tenha família distante em São Paulo. Como um tio em terceiro grau, de umas duas gerações atrás. Tio de terceiro grau, se você está lendo isso, eu te adicionei à lista de convidados.
G1 - Murdoc, 2D, sempre gosto de conversar sobre futebol com os britânicos que entrevisto. Eu sei que vocês inventaram, mas aqui no Brasil nós aperfeiçoamos. Vocês planejam ir a algum jogo enquanto estiverem aqui?
Murdoc - Futebol, trens, computadores. Se formos falar sobre coisas que os britânicos inventaram e acabaram sendo uma merda naquilo, vamos passar o dia inteiro aqui.
2D - Sempre curti mais netball. Desculpe.
G1 - Olá, Senhoras e senhores! Estou aqui com o Gorillaz, que toca em São Paulo...
O Gorillaz, a banda "de desenho", tem uma história complicada. Não bastassem os típicos atritos entre os integrantes, o projeto tem dois conjuntos de egos:
Os “animados”, que ficam em frente às câmeras E aqueles de carne e osso, responsáveis por apertar os botões de verdade É com esta bagagem que o grupo virtual faz show nesta sexta-feira (30) no Jockey Club, em São Paulo. Damon Albarn, vocalista do Blur e idealizador do projeto ao lado do quadrinista Jamie Hewlett – traz o Gorillaz pela primeira vez ao Brasil.
Ao lado de músicos convidados e em frente a um telão com imagens dos membros “verdadeiros” da banda, é o britânico de 50 anos quem comandará a apresentação.
Enquanto isso, seus alter egos virtuais enfrentaram uma série de desafios. Depois de 2010, ano em que lançaram os discos “Plastic Beach” e “The Fall”, os integrantes sofreram uma série de desventuras que por pouco não ameaçou a integridade da banda.
Murdoc, o inescrupuloso baixista, encenou seu suicídio. 2D, o avoado vocalista, foi devorado por uma baleia. Noodle, a letal guitarrista, foi substituída por um ciborgue. E Russell, o leal baterista, se tornou um gigante após consumir krill radiativo e passou um tempo preso na Coreia do Norte.
Os integrantes do Gorillaz conversaram com o G1: os criadores do grupo responderam perguntas por e-mail transformadas em quadrinhos e no texto abaixo.
Eles 'falaram' sobre o show, Brexit, uma família perdida de Noodle no Brasil, uma guerra nuclear e dedos decepados:
G1 - Você sofreu muito nos últimos anos, como a sua jornada pessoal influenciou a gravação de “Humanz”?
2D - Não me lembro das minhas jornadas pessoais porque eu sempre sigo o GPS... Mas meu tempo em uma ilha deserta me ensinou sobre solidão e sobre como cozinhar carne da baleia. Estes dois temas aparecem no álbum.
G1 - E você, Murdoc? O que tem feito nos sete anos desde o lançamento de “Plastic Beach”?
Murdoc - Qualé, parceiro? Esta é a era da informação. Minhas desventuras estão por toda a internet. Talvez você tenha que desligar o “SafeSearch”. Mas, resumindo: Me estrepei. Gravei um disco de sucesso. Ganhei uma tonelada de prêmios. Me estrepei de novo. C’est la vie.
G1 - Russel, você parece ser um cara relaxado e pacífico. Por que trabalharia de novo com o Murdoc depois de tudo que ele fez vocês passarem?
Russel - Murdoc é um sociopata, não há como negar. Mas pelo menos ele tem algo real a dizer e não tem medo de dizer. Nesta era de consumismo, narcisismo, neoliberalismo e todos esses outros ismos, isso é algo raro e precioso. Além disso, comprei uns headphones bem caros que bloqueiam ruído.
G1 - Vamos falar um pouco de política. Muita coisa mudou também para a Inglaterra nos últimos anos, Murdoc, considerando o Brexit. O país realmente está melhor sem o resto da Europa?
Murdoc - É uma porra de um desastre, mas separações são sempre complicadas. Como quando eu acidentalmente arranquei meu dedo do pé enquanto fazia a unha. Foi um banho de sangue. Importante lição de vida aprendida: Xanax e alicates de unha não se misturam.
G1 - Você, ficou preso na coreia do notre na época em que ficou gigantesco. Todo esse papo de 'míssil balístico' é verdade?
Russel - Olha, cara. Eupassei a maior parte do tempo apertado em uma jaula comendo kimchi. Não vinenhum míssil... Apenas fiquei alucinando com merdas ocidentais, como rosquinhas e TV a cabo. Engraçado o que você sente falta quando não pode ter. Há uma lição aí. Algo como ''Sejafeliz com o que você tem' ou talvez 'não coma krill radioativo que te transforma em um gigante e faz com que você seja preso como King Kong na coreia do norte'
G1 - Agora vamos pensar no Brasil. 2D, você é a cara da banda. As atenções ficam em você nos shows. Vai fazer algo diferente por aqui?
2D - Entendo que o Brasil tem um clima glacial, então eu trouxe meu equipamento de neve mais quente.
G1 - Como evitar que o Murdoc te mate em um ímpeto de inveja?
2D - Ah, para que ele tente me matar no palco, ele teria de estar muito, muito bêbado.
G1 - São Paulo tem uma das maiores comunidades japonesas fora do Japão, no bairro Liberdade. Eu sei que você foi criada por uma organização secreta de super soldados, mas há chances de você ter família por aqui?
Noodle - Quem sabe. Talvez eu realmente tenha família distante em São Paulo. Como um tio em terceiro grau, de umas duas gerações atrás. Tio de terceiro grau, se você está lendo isso, eu te adicionei à lista de convidados.
G1 - Murdoc, 2D, sempre gosto de conversar sobre futebol com os britânicos que entrevisto. Eu sei que vocês inventaram, mas aqui no Brasil nós aperfeiçoamos. Vocês planejam ir a algum jogo enquanto estiverem aqui?
Murdoc - Futebol, trens, computadores. Se formos falar sobre coisas que os britânicos inventaram e acabaram sendo uma merda naquilo, vamos passar o dia inteiro aqui.
2D - Sempre curti mais netball. Desculpe.